Olá!

Meu nome é Ramon Guerini Cândido e esse é o nosso primeiro post. Vamos utilizar este espaço para divulgar as atualizações, notícias e o que está acontecendo no projeto "Atlas Digital da Região Metropolitana de Londrina" do Laboratório Imagens, Paisagens e Personagens (IMAP&P) da Universidade Estadual de Londrina. A proposta é que utilizemos este espaço sem muito apego à linguagem formal e científica. Por isso, aqui vamos conversar, trocar experiências e explicar aspectos relevantes da nossa produção.

O Atlas Digital da RML não é um projeto recente, aliás, já existe há pouco mais de 10 anos. Eu tive a honra de receber a missão de atualizar e reestruturar o atlas pela Prof.ª Dr.ª Adriana Castreghini de Freitas Pereira, minha orientadora no mestrado e coordenadora do laboratório IMAP&P. O atlas surgiu como resultado de vários projetos realizados pelos professores do laboratório, atualmente aposentados. A eles meu sentimento é de gratidão pelo legado e por darmos continuidade ao caminho iniciado por eles.

Bem, a Região Metropolitana de Londrina é um projeto de metropolização que efetivamente não tem (ou até então não tinha) articulação de diretrizes e projetos estruturantes. Há pouco tempo, iniciaram as atividades de elaboração do PDUI (Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado) da RML e é possível que finalmente a "Metrópole de Papel", como chamada por Cunha, comece a tomar forma na realidade.

Eu arrisco dizer que, assim como a RML atualmente é apenas um conjunto de leis sem influência alguma na vida cotidiana da população, o imaginário social metropolitano é igualmente frágil ou simplesmente não exista. Você leitor, faça um teste: pergunte aos seus amigos e familiares o que eles sabem sobre a Região Metropolitana de Londrina. Ouso dizer que é muito provável que você ouça algo sobre o eixo Londrina-Cambé-Ibiporã e nada sobre uma RM composta por 25 municípios. Talvez você também ouça algo sobre transporte intermunicipal, as dificuldades de locomoção entre os municípios, as poucas e caras rotas de "ônibus metropolitano".

Aliando essa nova fase do atlas, ao início do desenvolvimento do PDUI e entendendo a fragilidade do imaginário social quanto a uma metrópole, percebemos que seria importante criar uma identidade visual que transmitisse a espacialidade do projeto metropolitano. Considerando as diferenças socioeconômicas e políticas marcantes neste recorte espacial, a nova edição do atlas vem com o objetivo de instrumentalizar os diversos setores da sociedade e do governo para auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas e nas discussões que estão por vir.

Neste sentido, para o logotipo geramos um traçado suavizado a partir do contorno dos limites municipais, preenchendo com uma composição de cores cartográficas alusivas ao predomínio das classes de uso e ocupação do solo. A noção de movimento ocorre pela disposição das cores em formato circular, alegórico ao contexto social e econômico. 

Quanto à fonte do logotipo, utilizamos a fonte Raleway do designer Matt McInerney, disponível na biblioteca do Google Fonts. Trata-se de uma fonte desenvolvida para a web, elegante, sem serifa e publicada em 2009 no projeto The League of Moveable Type. 

O projeto da liga tem como objetivo contribuir com fontes de código aberto, livres e gratuitas para a comunidade de designers e sociedade, permitindo compartilhar criações, conhecimentos e expertise entre os pares e com o mundo. Não por acaso me identifiquei com o objetivo deles, que se alinha harmoniosamente com a proposta que aqui estamos desenvolvendo. Nas palavras dos criadores da liga:

We all have a responsibility to our peers: to support each other, encourage each other, teach each other, and empower each other.

Todos nós temos uma responsabilidade com nossos pares: apoiar uns aos outros, encorajar uns aos outros, ensinar uns aos outros e empoderar uns aos outros.

Muitas pesquisas estão em desenvolvimento no Laboratório IMAP&P e o Atlas Digital da Região Metropolitana de Londrina será o hub centralizador e de divulgação destas pesquisas. Creio na importância de romper os muros da universidade e compartilhar o conhecimento produzido na academia com a sociedade. É pautado nesta contribuição que o projeto foi iniciado em 2011 e é nesta mesma contribuição que seguiremos o caminho daqui em diante.

Ramon Guerini Cândido

Geógrafo e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UEL